quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

TEARS ÖF RAGE: Confira a entrevista com o baterista Guilherme Adamatti!!


Eleito pela segunda vez consecutiva como o Melhor Baterista de Caxias do Sul pelos leitores do site, músico de profissão, escultor de paixão, apresento a vocês a primeira entrevista de 2018 no CaxiasRockZne, GUILHERME ADAMATTI!!

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Tudo bem Guilherme, quero agradecer o tempo despendido para responder esta entrevista.

Eu que agradeço.

Vamos começar pela tua história? Conte-me como e por que você se tornou um baterista?

Bom... Me interessei por música depois de conhecer o KISS e, consequentemente, quando vi Peter Criss tocar, me despertou um longo interesse pela bateria. Comecei a prestar atenção em como ele tocava e, a cada show que ia, em como os bateras tocavam, o que faziam e quando. A partir daí peguei duas varetas e comecei a tentar aprender no ar mesmo e assim aprendi os primeiros rudimentos e viradas até ter a oportunidade de tocar em uma batera de verdade. Foi um início um tanto difícil, mas muito legal.


E sua história com o TEARS ÖF RAGE, como aconteceu?

Eu ia nos ensaios da TEARS ÖF RAGE antes mesmo de começar a tocar. Sentava lá e, como citei acima, observava. No fim dos ensaios, as vezes rolava de tocar um pouco. A banda teve uma mudança de formação, passou por um tempo de hiato até que me chamaram pra fazer um teste e aí estamos, isso foi em 2013 se não estou enganado.

Antes do TÖR, quais foram os outros projetos que você tocou?

Antes da TÖR participei de um tributo a SCORPIONS e foi primeira vez que toquei com uma banda , diga-se de passagem. Toquei na WILLIE WONKA, onde tive minha primeira experiência dentro de um estúdio, foi um grande aprendizado. E toquei também na WILD SEXXX por alguns anos.

Paralelo ao TÖR, sei que você tem outras bandas. Pode comentar sobre elas?

Toco também na FIGHTER, banda autoral que esse ano completa 10 anos de existência. É muito legal participar de um projeto sério e com objetivos como esse, fora a bagagem e experiência que a banda já tem, agrega muito como músico/pessoa. É excepcional fazer parte de projetos que produzem material próprio e tem pretensão de crescer.



TÖR está prestes a lançar o DVD “Countdown to Insanity”. Deve ter sido um desafio e também atitude ousada da banda em fazer um material destes nos tempos de hoje. Estive no show e foi realmente muito impressionante a produção do evento. Qual foi a tua percepção deste dia mágico?

Com certeza foi um dia mágico! Bem... Depois de anos a fio assistindo DVD’s de shows de quem se curte e se inspira, ter a chance de ter um material similar é algo muito recompensador. Até por esse motivo, as influências que nós temos como KISS, JUDAS PRIEST e etc...  (a lista é longa), são bandas com um forte apelo visual, tanto em atitude ao vivo quanto em cenografia. Gostamos muito disso também, então, nada melhor que registrar um show ao vivo.

Não foi fácil, meses de planejamentos e ensaios até a execução. É bastante trabalhoso mas, no fim, vale a pena, temos um registro eterno. Sinto que cresci muito como baterista nessa empreitada, uma grande experiência



E, aproveitando o assunto sobre eventos. O que você está achando dos eventos aqui em Caxias do Sul? O público, as bandas, os produtores, as casas e os bares, sei que você ainda é bem jovem, mas como você vê o atual momento da cidade?

É um assunto um tanto delicado. O momento é bem difícil na verdade, temos alguns eventos durante o ano, não são muitos até pela falta de lugares e estrutura disponíveis. Esse ano (2017) tivemos o Motorcycles que até então estão rolando eventos bem legais. Tive a oportunidade de tocar na casa durante o “Valley of the Shadows fest” e foi bem divertido. Mas, fora essa localidade, não temos outro lugar que comporte uma banda completa sem a restrição de não conseguir montar a bateria direito por exemplo. 

Mas acredito que quase todo tipo de situação é possível se tirar algo bom. Dou aula de bateria no estúdio Linha Sonora e ano passado tivemos duas edições do “Linha Sonora Rock Festival” e foram muito bem sucedidas. O lance partiu do próprio estúdio em dar a cara a tapa e fazer um evento da melhor forma possível, até agora, tem dado certo, porém, o investimento vem de dentro, buscando lugares para realizar o mesmo e tudo mais.

No fim das contas, acho que uma das alternativas (que nem devia ser encarada como alternativa) é a união, sempre a união, estamos todos no mesmo barco.

Há um tempo atrás, as bandas conseguiam lotar um bar ou uma casa de shows sozinho, com apenas um acústico de apoio, quando tinha. Hoje eu vejo que, se você não fizer um festival, onde agregue público da várias bandas, você não consegue fazer um público legal. Mesmo assim, tivemos muitos eventos decepcionantes. O que eu tu acha que está acontecendo?

O público caxiense é realmente uma incógnita (Risos). Algumas noites se espera um público reduzido e a casa lota, assim como o contrário. Mas parte disso, acredito que se deve a uma das consequências do que citei na resposta anterior, a falta de união gera menos eventos e, consequentemente, menos condições/estrutura para um evento na qual o público, com o tempo, saiba que terá qualidade tanto de ambiente, quanto o principal; Música! O público comparece uma vez e é como visitar um restaurante pela primeira vez, se você foi bem atendido e gostou da comida, você volta. As bandas se levarem a sério também é algo que o público percebe, saber se portar em um palco, saber se vestir para um show, enfim, por vezes se peca no básico e, apesar de não parecer, as pessoas notam.

Claro que nem tudo se deve ao evento em si ou as bandas, por vezes, o público em si mudou com o tempo, as pessoas tem diversos tipos de ambientes e, infelizmente, a música ao vivo não é tão comum em pubs como antigamente, enfim, muitos fatores podem estar contribuindo.

Como baterista, quais são os teus mestres Guilherme? Tanto as suas principais influências como também seus professores, propriamente dito. Você fez aulas de bateria?

Minhas influências principais são Eric Singer, Peter Criss, Aquiles Priester e por aí vai... Fiz algumas aulas sim, depois de bastante tempo tocando e pretendo continuar a fazer e me aperfeiçoar, afinal, a importância de continuar sempre estudando e se desafiando é imprescindível se quer chegar nos seus objetivos.

Obviamente, tenho que perguntar sobre as votações de “Melhores do Ano 2017” aqui no site. 2 Anos seguidos já como o “Melhor Baterista de Caxias do Sul” e também citado entre os melhores do Brasil em 2017, ficando em 4º Lugar na votação do Heavynroll. Como você vê este resultados e também, qual a sua opinião sobre estas votações?

Primeiramente parabéns pela iniciativa, o site agrega e muito a todos nós. Caxias tem um histórico de excelentes músicos e continuam a aparecer, isso precisa de atenção e é justamente o que vocês fazem.

Bom... Ter sido eleito 2 anos seguidos é uma grande satisfação pra mim. Fiquei muito feliz porque é uma forma de reconhecimento e me dá um gás que não fazem ideia! Saber que de alguma forma gostam do meu trabalho é gratificante e só me faz querer cada vez mais entregar o melhor.

Esses dias atrás alguém me disse que de alguma forma se inspirava na minha forma de tocar, pra mim não tem elogio maior para um músico, quando comecei a tocar também me inspirei em alguém e hoje ouvir algo assim é realmente sem palavras.

Muita gente não sabe, mas além de um ótimo baterista, você também é um escultor de mão cheia. Como surgiu essa paixão pela escultura? Como você aprendeu a esculpir?

A escultura tanto quanto a música é um paixão, é parte de mim, sem isso não vivo, resumindo (Risos). Mas desde que me lembro por gente eu desenhei e, em determinado momento, decidi que queria tirar isso do papel. Coleciono Action Figures desde pequeno também e queria muito tentar fazer algo parecido. Com certeza, meu apreço por dinossauros ajudou muito, a paleoarte é uma prioridade pra mim e comecei assim, atrás de esculpir um dinossauro. 

Fui atrás de ferramentas e não achava ninguém na cidade que desse aulas de escultura até que me indicaram o campus 8, lá conheci minha então professora Mayta, que trabalhou esculpindo a vida inteira e me achei, as coisas fluíram até melhor do que esperava e aí estamos.



A temática de suas esculturas, como normalmente vejo em suas publicações, são do universo geek. Quais são as suas preferências e inspirações no momento de esculpir?

Desde sempre fui influenciado por esse universo, desde Jurassic Park pra ser mais preciso. A Paleoarte é um prioridade e procuro criar peças que não tenham tanta disponibilidade no mercado, assim como quando reproduzo algum personagem já existente.

Acredito que o detalhe, seja lá no que for aplicado é a cereja do bolo, e é isso que gosto de aplicar em minha obras, torna elas diferenciadas. O movimento e a intenção da peça também é minha inspiração, as vezes simplesmente sai assim como na música, as vezes você vê algo no dia a dia e vem uma composição que funcionaria.

As suas esculturas são para a venda ou apenas para exposições? Caso alguém queira comprar uma de suas esculturas, ou mesmo, encomendar uma escultura específica, é possível?

Com certeza, é boa parte de minha renda atual na verdade. Aceito encomendas e quem se interessar pode encontrar a Adamatti Art no Facebook e Instagram, só chamar que será um prazer.

Não conheço bem este universo da escultura. Existe uma comunidade, uma comunicação entre outros escultores? Como é que funciona os mecanismos de divulgação para eventuais exposições ou eventos?

Bom, na cidade existem alguns escultores sim, conheço alguns deles pessoalmente e fazem excelentes trabalhos, não que troquemos figurinhas o tempo todo mas existe trabalho sendo feito. 

Em grupos no facebook há uma grande demanda de escultores e interessados pela escultura onde pessoal iniciante e avançado postam coisas muito boas, dicas, tutorias e experiências com diversos materiais. É um mundo bastante amplo mas, apesar de ser uma das profissões mais antigas, não existem muitos por quilômetro quadrado.

Na cidade temos o Centro de Cultura Ordovás que abre portas para novos trabalho e exposições, com certeza um dos pilares da arte por aqui, é como na música, uma mão lava a outra.

E por falar nisso estarei com uma exposição lá mesmo que começa dia 17 de fevereiro até 11 de março de 2018 caso alguém queira conferir as peças, estão convidados.


Chegamos o final Adamatti. Deixo aqui o espaço para suas considerações finais e agradeço mais uma vez o seu tempo.

Eu que agradeço, novamente um prazer responder essas perguntas. Quem quiser acompanhar meu trabalho como músico basta me seguir no meu perfil pessoal, em breve terei outro lugar específico, também dou aulas de bateria no Estúdio Linha Sonora.  Como escultor basta seguir Adamatti Art no facebook e instagram, e seguimos na luta que o ano promete.


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